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Mercedes-Benz B160 CDI: Casamento com futuro

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Mercedes-Benz B160 CDI: Casamento com futuro

Num tempo em que a partilha de sinergias entre construtores surge como solução para enfrentar um mercado ainda a tentar sair da crise, Mercedes e Renault deram as mãos para partilhar tecnologias, por exemplo, no capítulo das motorizações e transmissões. Foi assim que nasceu o Mercedes-Benz B 160 CDI de 90 cv, versão que, apesar das vantagens desde logo no preço, é vista de lado pelos indefectíveis da marca da estrela. Mas apenas porque ainda não perceberam que este é um casamento com futuro.

Habituados à política do "orgulhosamente sós" e ao princípio segundo o qual "num Mercedes, só Mercedes", a verdade é que não tem sido fácil para os fãs dos produtos da estrela aceitarem a conjugação de esforços entre o fabricante alemão e a francesa Renault.




Mesmo se conscientes das dificuldades por que passa o mercado automóvel no Velho Continente, a adopção por parte da Mercedes de componentes Renault para alguns dos seus modelos tem sido vista por muitos quase como um sacrilégio, indignados com o facto de um Mercedes possuir componentes de um construtor mais mainstream como é habitualmente vista a Renault. Isto, independentemente da validade das tecnologias disponibilizadas, algumas das quais, saliente-se, sem igual na Mercedes.
No entanto e apesar da contestação destes clientes mais tradicionalistas, alguns dos quais chegam mesmo a preferir subir na gama e pagar mais para ter um Mercedes "genuíno" (algo que, acrescente-se, a própria marca alemã agradece!), a verdade é que a marca alemã não recuou na decisão e, tal como contempla o acordo com a marca francesa, decidiu fazer uso dos motores de baixa cilindrada da Renault, aplicando-os (para já) nas gamas mais baixas. A começar pelo famoso e fiável 1.5 dCi de 90 cv.
Assim e depois de uma primeira experiência com o novo Classe A 180 CDI, a marca da estrela decidiu disponibilizar esta mesma motorização no seu monovolume compacto, o Classe B, o qual, adoptando a designação B 160 CDI, permitiu ao fabricante de Estugarda oferecer um verdadeiro familiar a diesel com um preço fixado na marca psicológica dos 30 mil euros – 30.049 euros!
No entanto, apesar do preço competitivo, importa salientar - sim, porque até nós mesmos, admiradores confessos do pequeno turbodiesel francês, tínhamos algumas dúvidas quanto a este casamento... - que as qualidades deste Mercedes-Benz B 160 CDI dificilmente poderão ser resumidas ao valor de compra. Algo que, de resto, facilmente se confirma uma vez testado o produto final...





Comecemos, contudo, por um ponto preparatório: este não é o Mercedes ideal para quem procura prazer na condução. E não o é apenas porque o pequeno turbodiesel não vai além dos 90 cv de potência entre as 2750 e 4000 rpm (ainda que com um binário máximo aumentado para os 240 Nm entre as 1700 e 2500 rpm); porque o B é consideravelmente mais pesado do que um Clio (1.475 kg é o peso anunciado); mas principalmente porque o próprio conceito que está na base do modelo nada tem ver com essa exigência!
Acoplado a uma caixa manual de seis velocidades (ao invés da caixa de cinco que é possível encontrar nos modelos Renault com o mesmo motor), o B 160 CDI sobressai, sim, desde logo, pela forma madrugadora como disponibiliza a potência (cerca das 1700 rpm, contra 1750 rpm nos carros da marca do losango), a que acresce um agradável binário para as recuperações. Predicados que lhe permitem acelerar dos 0 aos 100 km/h em 12,6 segundos, para uma velocidade máxima anunciada de 180 km/h, com consumos que, nas nossas mãos e com o contributo de umStop&Start muito suave e discreto no operar, rondaram os 5,7 l/km. Muito bom, sem dúvida...
De resto, mesmo denotando alguma brusquidão na forma como disponibiliza a potência, único aspecto menos positivo num propulsor vocacionado para funcionar nos regimes mais baixos, o 1.5 dCi acaba por encontrar no Classe B um bom parceiro de viagens, mesmo se um pouco pesado, aspecto que se nota, em particular, na sonoridade um pouco mais presente quando em esforço, ou quando por trajectos mais sinuosos, onde a suspensão, igualmente mais vocacionada para o conforto, acaba dando mostras de maior cedência em trajectos mais sinuosos e a velocidades mais elevadas.
Num conjunto que não deixa de exibir todas as qualidades expectáveis num produto Mercedes, a vertente familiar é, de resto, um dos aspectos mais presentes no B 160 CDI, com o modelo a juntar à já conhecida qualidade de construção e de materiais, uma habitabilidade generosa mesmo para cinco ocupantes (culpa também do desenho do assento do banco traseiro, a garantir mais espaço para as pernas do passageiro do meio, assim como de um túnel de transmissão pouco intrusivo), com bom acesso por qualquer uma das portas e bom nível conforto no interior.




Oferecendo uma boa dose de funcionalidade no interior, mercê não apenas da boa acessibilidade à grande maioria dos comandos (os aspectos menos conseguidos serão mesmo o posicionamento do ar condicionado, colocado excessivamente baixo na consola central e com a manche da caixa de velocidades pela frente, e o botão rotativo do Command, que embora funcional e intuitivo, surge um pouco atrasado), mas também fruto da existência de vários espaços de arrumação, abertos e fechados, só não ficámos convencidos com o sistema de rebatimento (60/40) dos bancos traseiros, os quais, além de ficarem um pouco na perpendicular, estão igualmente mais altos do que o piso da bagageira.
Ainda sobre o espaço dedicado às bagagens, elogie-se o bom acesso através de um portão amplo e de pega interior, a somar a uma capacidade agradável logo à partida (486 litros) e com bom aproveitamento (laterais lisas), ganchos porta-sacos e até mesmo um bom alçapão por baixo do piso falso. Resultado também do facto do pneu sobressalente ter sido substituído por um kit anti-furos.
Proporcionando ao condutor uma posição de condução correcta e convincente, mais alta (como, de resto, é normal nos monovolumes), além de com volante e banco ajustáveis em altura e profundidade. O primeiro com boa pega e a ajudar uma direcção bem adaptada à utilização no dia-a-dia, com boa adaptação à velocidade, e o segundo a pedir apenas um pouco mais de apoio lateral.
De resto, até mesmo no capítulo do equipamento o B 160 CDI acaba por cotar-se em plano agradável, oferecendo, de série, entre outros argumentos, jantes em liga leve de 16”, luzes de mudança de direcção nos retrovisores exteriores (rebatíveis electricamente), retrovisores exteriores e interior com regulação anti-encadeamento, faróis de nevoeiro dianteiros e traseiros, luzes de travão adaptativas, vidros eléctricos com função conforto, estofos em tecido preto, acabamentos interiores honeycomb, volante multifunções e alavanca da caixa de velocidades em pele, cobertura da bagageira, indicador de temperatura exterior, ar condicionado Thermatic, oito colunas, suspensão Direct Control, aviso da pressão dos pneus, sistema Attention Assist, Collision Prevention Assist, Assistentes de Faixa de Rodagem e de ângulo Morto, função Eco Start/Stop, avisador de desgaste das pastilhas, Sistema Anti-Resvalamento na Aceleração (ASR), Controlo Electrónico de Estabilidade (ESP), Sistema Anti-Bloqueio dos Travões (ABS), protecção do habitáculo, airbags frontais, laterais, de janela e de joelhos (para o condutor) e sistema de alarme anti-roubo.



Em suma, argumentos que ajudam a confirmar, se necessário fosse, que este é, efectivamente, um bom casamento..

Mais algumas Fotos.










Fonte:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=685290
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Noticias Mercedes-Benz
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