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MERCEDES-BENZ CLASSE A, A VOLTA

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MERCEDES-BENZ CLASSE A, A VOLTA

Postado por Bob Sharp

Fotos: autor


Muitos ainda se lembram do Mercedes-Benz Classe A. Chegou em 1999 produzido numa moderna fábrica em Juiz de Fora (MG) com expectativa de vender 70.000 unidades por ano, número que só conseguiu ao final de seis anos, quando deixou de ser fabricado. Vendeu muito aquém do previsto. O principal motivo, preço, a marca da estrela foi apanhada de surpresa na maxidesvalorização do real de janeiro de 1999 e o sonho brasileiro de ter um carro com a estrela ficou fora de alcance.


Mas houve outro fator, subjetivo, era um Mercedes-Benz pequeno, não era bem o que alimentava corações e mentes, embora fosse um pequeno com excelência. Inaugurou no Brasil a era do controle de estabilidade e, na era moderna, a embreagem automática (que a fábrica tentou impingir como câmbio semi-automático).


Classe A antigo
Era um bom produto em tudo o que se pode considerar num automóvel – bancos, direção, suspensão, instrumentos, motor – menos em dois detalhes: era muito curto de entreeixos e alto, 2.423 e 1.598 mm, além de o interior ser numa espécie de "2º piso" por questão de projeto, em que teria sido concebido no começo dos anos 1990 para ser híbrido termoelétrico e o "1º piso" seria justamente onde ficariam as baterias.






Por ficarem passageiros e bagagem em posição mais elevada, o centro de gravidade acompanhou, e o Classe A teve um problemão ainda na maternidade, quando uma revista sueca fez o teste de manobra evasiva conhecida como Teste do Alce – desvio abrupto de um animal na pista – e o carro capotou. A Mercedes precisou gastar 100 milhões de dólares para sair do problema, dotando o veículo, entre outros itens de segurança ativa, de controle de estabilidade.


Esses dois elementos, entreeixos e altura, tornaram seu rodar na terra brasilis desconfortável, o carro caturrava, oscilava muito longitudinalmente, percebia-se isso claramente, o que não era uma sensação das mais agradáveis. Mas mesmo nas terras germânicas é provável que em determinadas circunstâncias se sentisse o mesmo, razão certa para em 2004 o entreeixos ter sido aumentado para 2.570 mm.


Definitivamente, estilo bem atual


Por isso, eu sempre disse, devo até ter escrito, que se pegassem tudo o que o Classe A tinha de bom, com citei acima, e colocassem num hatchback normal, seria a própria hipotética figura da cobra com asas, ou seja, terrível por ser imbatível.


Por isso, fiquei agradavelmente surpreso quando começaram a sair notícias do novo Classe A – que havia sido deixado de produzir na Europa em 2010 – um pouco antes do Salão de Genebra de 2012, e mais ainda quando o vi na mostra suíça. Agora, apenas 11 meses depois, chega ao nosso mercado o W176 (o A anterior era W169).


Duas versões


O novo Classe A 200 chega em duas versões, Style e Urban, ao preço de R$ 99.900 e R$ 109.900, a Mercedes estimando que o segundo terá 80% das 2.000 vendas previstas para este ano. O motor transversal é o mesmo em ambas, um 1.595-cm³ (83 x 73,7 mm) turbo com interresfriador de injeção direta de 156 cv a 5.300 rpm e 25,5 m·kgf entre 1.200 e 4.000 rpm, a 1,2 bar máximo de pressão de superalimentação. Não virá, ao menos por enquanto, o A 250 de 211 cv. Os três são de duplo comando de válvula acionadas por corrente e de quatro válvulas por cilindro, bloco e cabeçote de alumínio. Os comandos contam com variador de fase contínua por 40° e variador de levantamento de válvulas.


O motor é moderno, injeção direta e variação de fase e levantamento de válvulas


O câmbio é o 7G-DCT, robotizado 7-marchas de três árvores com duas embreagens em banho de óleo, com trocas manuais exclusivamente por borboletas. A alavanca seletora é pequena e localizada na coluna de direção, não existindo alavanca no assoalho/console. Na Alemanha existe o manual de seis marchas.


Suas dimensões são adequadas: comprimento, 4.292 mm, largura, 1.780 mm (com espelhos, 2.022 mm), altura, 1.433 mm, com 2.699 mm entre eixos. O espaço interno é bom, inclusive no banco traseiro. O porta-malas acomoda 341 litros, expansível para 785 litros com os encostos divididos 60:40 abaixados. O mais notável é o coeficiente de arrasto (Cx) apenas 0,27.


Interior típico da marca


Uma diferença visual é nas rodas, aro 16-pol no Style com pneus 205/55R16 e 17-pol no Urban com pneus 225/45R17. Como os transeixos são iguais, a v/1000 do Style é 51,5 km/h e a do Urban, 51,7 km/h, praticamente iguais, o que representa 2.300 rpm a 120 km/h. A aceleração 0-100 km/h e a velocidade máxima declaradas das duas versões são 8,3 segundos e 224 km/h, respectivamente, atingida em 6ª. As trocas para marcha superior se dão a 6.000 rpm em qualquer dos modos do câmbio, normal, esportivo e econômico.


O Urban vem também com faróis com descarga de gás, luz de uso diurno a LEDs, escapamento duplo e volante revestido de couro e instrumentos com fundo branco (prefereria preto, como no Style). E o conta-giros é na direita, contra a minha preferência.


No Urban, instrumentos são de fundo claro


Andei no Urban, a versão superior, que tem rodar confortável, controlado e seguro, com suspensão dianteira McPherson e subchassi e traseira multibraço. A assistência de direção é elétrica e indexada à velocidade, com carga correta em todas as situações. O freio conta com interessante função: carro parado, apertado o pedal com mais força, o carro fica freado. Basta acelerar para arrancar. O freio de estacionamento é elétrico. Ambas as versões vêm com o sistema desliga-liga motor ao parar.

A pequena alavanca seletora na coluna (motortrend.com)


A sensação geral é agradável, é carro para Autobahn, vai a 200 km/h com facilidade, sereno. Só achei o motor ligeiramente áspero, precisaria andar em outro para comparar. Mas nada que incomode muito, bem-entendido. A Mercedes não informou consumo, mas o computador de bordo na viagem de ida e volta a Sorocaba, o percurso de teste de apresentação, indicou média de 1 litro por 13,5 km. Na Europa, pela norma usada lá, que é sabidamente branda, e com gasolina sem álcool, é 1 L por 14 km na cidade e 1 L por 22 km na estrada. A leitura do consumo médio no computador é em litros por 100 km.


Bom espaço no banco traseiro


Há também o assistente da arrancada em subida, mantendo o carro imobilizado por 3 segundos antes de o freio soltar. Interessante também a função de secagem dos freios: quando os limpadores de pára-brisa estão ligados, as pastilhas encostam com mais pressão nos discos a cada 10 minutos. E há também o chamado pré-carregamento do sistema de freios, em que um tirada abrutpta do pé do acelerador é interpretada como possível e iminente freada forte.


O controle de estabilidade, além da frenagem seletiva e redução da potência, inclui intervenção na direção, que pode esterçar até 12° para corrigir uma situação, algo que eu gostaria de experimentar em condições apropriadas, como numa pista molhada.


Não é a solução mais elegante para a tela


Portanto, um autêntico europeu e com a estrela de três pontas na grade. A lamentar não ter faróis de neblina na versão de topo, incompreensivel, o ar-condicionado ser monozona e, mais incompreensível ainda, não vir com navegador GPS, apesar da tela no painel não embutida. Todavia, nada que a Mercedes-Benz brasileira não possa resolver.


Mas mesmo assim é um grande Mercedes.


BS



FICHA TÉCNICA MERCEDES-BENZ CLASSE A

Motor 4 cilindros em linha, turbo, injeção direta, DOHC, corrente, 16 válvulas, gasolina, transversal
Cilindrada 1.595 cm³
Diâmetro x curso 83 x 73,7 mm
Potência 156 cv a 5.300 rpm
Torque 25,5 m·kgf de 1.200 a 4.000 rpm
Taxa de compressão 10,3:1
Câmbio/tração Robotizado, 2-embr, 7 marchas/dianteira
Peso em ordem de marcha 1.295 kg
Suspensão dianteira McPherson com barra estabilizadora
Suspensão traseira Multibraço com barra estabilizadora
Direção Pinhão e cremalheira, assistência elétrica indexada à velocidade
Diâmetro mínimo de curva 11 metros
Freios A disco nas quatro rodas (dianteiros ventilados), ABS
Pneus Style 205/55R16V, Urban 225/45R17W)
Construção Monobloco, aço, hatchback 4-portas, 5-lugares, subchassi dianteiro
Comprimento/largura/altura 4.292/1.780 (c/ esp. 2.022 mm)/1.433 mm
Distância entre eixos 2.699 mm
Tanque de combustivel 50 litros
Porta-malas 341 litros/785 litros com banco rebatido
Aceleração 0-100 km/h 8,3 segundos
Velocidade máxima 224 km/h
v/1000 em 7ª Style 51,5 km/h, Urban 51,7 km/h
Rotação a 120 km/h em 7ª Style 2.330 rpm, Urban 2.321 rpm
Rotação à vel. máx. em 6ª Style 5.371 rpm, Urban 5.346 rpm




(Atualizado 11/04/13, às 15:30, inclusão de foto, alavanca seletora de câmbio)


Fonte:
http://www.autoentusiastas.blogspot....e-a-volta.html
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